Há pessoas sem as quais não haveria vida como a conhecemos. São “pessoas-Sol”. Assim o foram- e são- minhas seis mães.
Nesta madrugada, quando o som se faz silente, em minha mente há pensamentos nascidos de profundos e reais sentimentos, nutridos por aqueles que mais amei e que mais me amaram… Alguns eram familiares; outros, amigos do coração. Guardavam, no entanto, similitudes : eram todos ímpares, únicos e aos quais devo quem hoje sou. ’Dívida’ que tento ’pagar’, sendo para meus semelhantes o que eles – enquanto na Terra- foram para mim…
Sinto até hoje sua presença. Vejo seus olhos e olhares. Sinto suas mãos a acariciarem-me. Ouço suas vozes de vários timbres, com nuanças várias a aconselharem-me… E a saudade que deles sinto é incomensurável. Dói forte e fundo no peito – de verdade mesmo - dói até arder…
Sinto-me feliz por ter tido a chance - presente Divino- de ter convivido com pessoas de sentimentos belos, puros, de caráter íntegro e vontade forte: faziam o bem, pela alegria de poder fazê-lo e jamais pediam coisa alguma em troca. Eram Amor Doação. Sua alegria era ver os sorrisos nas faces de seus semelhantes… Eram cristais e eram aço. Inquebrantáveis ante adversidades e generosas e agradecidas a Deus pelas graças concedidas: Eram Filhas de Deus, realmente.
Hoje, sendo considerado o “Dia das Mães”, (mesmo sendo tal dia – TODOS os dias) expresso, uma vez mais, minha gratidão sincera para minhas seis mães. Elas já não mais se encontram neste ’espaço’.
“SEIS mães?” …
Sim: a que me deu a vida, trazendo-me para este mundo , ELZA ELY SCHNEIDER; a que mais pode demonstrar seu amor por mim, BEATRIZ JOSEFA SOBREIRA; a que me acolheu nos Estados Unidos como filha e com a qual muito aprendi , EDNA GREEN CLARK; minha ’sogra-mãe’: MARCÍLIA FILOMENA da CONCEIÇÃO LOPES ; ANA MARIA BOTTINO (‘mamacita’), minhaamiga-mãe e, por final, mas não em importância (pois as demais abrange), MARIA, a nossa MÃE SANTÍSSIMA.
Com as duas primeiras, convivi toda minha vida. Com a segunda, o tempo durante o qual estudei nos Estados Unidos como bolsista e, com a última, após meu casamento e de tempos em tempos – visto que ela morava em Portugal. ‘Mamacita’, vim a conhecer anos depois. Convivemos por muitos anos em respeito, fraternidade e alegria …
No entanto, se o número de dias com minhas mães americana e portuguesa não foram muitos, a intensidade da convivência o foi. Assim como também o foi, a sincera amizade com ANA MARIA que, enquanto no Brasil, muito me ouviu e aconselhou com sua experiência de vida…
Não teria nascido, não fora o ventre abençoado de minha mãe ELSA. Não teria crescido com tanto amor, não fora o tempo dedicado a mim, por minha tia-avó e madrinha BEATRIZ. Não teria visto a vida por outros prismas, não foram o carinho e dedicação de minha mãe americana, EDNA. Não teria tido meu marido e filhos não fora minha mãe MARCÍLIA. Teria talvez, mesmo morrido, se ANA MARIA não estivesse ao meu lado… e MARIA, a MÃE perfeita de JESUS, é também minha MÃE , para a qual, desde que me entendo ‘por gente’, elevo minh’alma todos os dias em prece…
Assim,
MÃES que tive – e tenho em espírito- ouví-me “do assento etéreo onde subistes” !
Mamacita – que, mesmo estando longe, na Itália, sinto-te em minha alma!
O ‘muito obrigada’ só tem realmente força de intensa profundidade em momento de sensibilidade. Este é o momento de sensibilidade, pois escrevo para agradecer-vos, minhas amadas:
“MUITO OBRIGADA” !
Desta filha, que poderia ter sido muito melhor do que foi e que vos pede perdão pelas falhas por vezes cometidas,
Mirna.
(*)Luiz Vaz de Camões (ca. 1560) Paráfrase do verso do poema: “Alma minha gentil que te partiste’
Mirna Cavalcanti de Albuquerque Pinto da Cunha Rio de Janeiro, 13 de Maio de 2012.
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