Eu os recebo a todos com a mente e a alma abertas.

A qualquer dia, a qualquer hora, os que aqui passarem, colham uma flor deste jardim de pensamentos e sentimentos - que é nosso - e sintam que somos todos iguais.

O que nos pode diferenciar, são nossas almas e ações.
Portanto. caminhemos sempre em direção à LUZ por toda a vida. Façamos, se possível, amizades e tentemos ser solidários.

A Nação Brasileira necessita, entre muitos, de educação, saúde, trabalho e respeito aos Valores e Princípios que a dignificam.

Fundamental, outrossim, é o respeito às Leis Justas e a luta pacífica pelo Justiça Social verdadeira, não a que está sendo incutida nas mentes menos preparadas.

A final, amigos leitores, sintam-se livres para comentar sinceramente sobre o que lerem, para que possamos interagir.

Mirna Cavalcanti de Albuquerque































































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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago partiu. Seu legado pertence à Humanidade

Este artigo versa sobre a partida de uma – se não a maior figura da Literatura contemporânea não só Portuguesa, como Mundial. Só os que têm inteligência muito acima da média estão aptos a entender a complexidade da obra de Saramago, pois engloba Filosofia, Filologia, História, Teologia, Humanismo, Geografia, Sociologia e outras tantas Ciências que formam o conjunto de conhecimentos que se pode intitular “Cultura”. Acima e além, para realmente compreender de Saramago a essência do escrever,é imprescindível mentes abertas, livres, sem apegos a tradicionalismos engessados quaisqueres que sejam. Mesmo quando tal não ocorra, alguns compram seus livros, para ‘parecerem Intelectuais’ .



Todavia, alegro-me em poder asserir que são muitíssimos seus leitores: o que comprova haver neste mundo criaturas que pertencem à classe dos verdadeiros intelectuais humanistas.





Sugestiva foto de Sabastião Salgado. Parece mostrar Saramago já a Caminhar pela Estrada que conduz à Eternidade.


A notícia da partida de José Saramago foi divulgada pelo orbe. A sociedade mundial, a Literatura Portuguesa, os seres oprimidos, as minorias desprezadas de todo o mundo, carecerão certamente, de suapresença física: criatura especial, cuja ausência já está a ser sentida, pois fará falta sua inteligência aguçada, sua perspicácia, sua crítica objetiva, concreta e perpendicular sobre os assuntos vários mais importantes para os habitantes deste planeta. Contudo, sendo o Homem sua obra, como alguém expressou-se corretamente, estará ele conosco, redivivo em todos os seus escritos.


Não tenho pretensão alguma de escrever senão um registro sincero de minha despedida triste neste último ato da história de sua vida.


Tive a felicidade de conhecê-lo e poder haurir muito de seu modo distinto de pensar e discorrer sob aspectos vários de fatos que à maioria, passariam desapercebidos.


Todos temos um tempo de estada nesta Terra. Uns vivem mais, outros menos. Uns já ao nascer, deixam-na; outros o fazem, quase beirando – ou ultrapassando mesmo um século de existência.


Acaciano (não procuro originalidade): temos todos um só destino: morrer, que é a única certeza da vida.

Daqui nada levamos de material, por mais ricos que possamos ser. Lembro: o que se leva, como escrevi alhures , é “o bem que se faz, o amor que se doa, a solidariedade que se desenvolve e o pão que se divide“. São nossas ações – e o que delas germina, cresce, floresce e frutifica que deixamos ao partir. Nada mais.


Fisicamente considerados, pouco ou nada somos. O material, o tangente, o aparente, não podem ser comparados ao que de etéreo, mas consistente e essencial em nós existe e nos orienta pelos Caminhos da Vida em decisões e agires. Este é o diferencial que nos destaca interpares ou, no caso, coloca-nos primus interpares.


A sabedoria latina é o quanto basta para que tenhamos consciência de quem somos e em que nos transformaremos quando chegarmos ao fim do Caminho, pois o Tempo completou seu Círculo unindo o Princípio ao Fim – Reinício, conectando-nos à Eternidade:


“Homem remember: pulverus est et ad pulverus reverteribus. Revertere ad locum tuum”, ou seja:
”Homem, lembra-te: do pó vieste e ao pó retornarás.Volta (agora) à tua origem“.


O legado de Saramago é riquíssimo, pois compõe-se de vasta e consistente obra, onde transcendem seu humanismo, sua visão política, sua real preocupação com a sociedade dos homens, as formas de governo, suas críticas logicamente encadeadas com supedâneo no Conhecimento. E o que acresce-lhe o valor é a maneira instigante através ca qual expõe sua atilada forma de pensar.

A inteligência incomum com a qual foi dotado e sua condição de ateu, fez com que escrevesse sobre assuntos polêmicos – por isso contestados (quase sempre sem sucesso)- principalmente por segmentos mais tradicionais da sociedade e mesmo pela Igreja Católica que, nem por isso, pode deixar de reconhecer seu valor como homem de letras: escritor, romancista, poeta e pensador, entre outros.


Suas declarações suscitavam e certamente continuarão a suscitar grandes e profundos debates e a causar celeumas.


Penso ter sido este, provávelmente, seu objetivo: fazer com que as pessoas pensassem livres de estereótipos, ie, de formas semelhantes, (ou idênticas), premoldadas, uniformizadas, rígidas. Saramago retirou-lhes os antolhos e lhes libertou dos conceitos preconcebidos todos, livrando-lhes das peias, possibilitando-lhes o livre pensar para, a final poderem seus leitores concluir por si mesmos, com suas capacidades intrínsecas – e não com as ditadas por verdades 'absolutas' que lhes tinham sido anteriormente ensinadas e que, na verdade inexistem.


Sob certo ângulo, conduzia seus leitores de forma peripatética, como Aristóteles o fazia, na Antiga Grécia, com seus discípulos.


Óbvio está que atingiu seu intento, tantas têm sido as manifestações de tristeza provenientes dos Quadrantes da Terra.

Outrossim, Saramago era um ser humano cuja bondade refletia em suas ações. Salta aos olhos que, inegavelmente, é o maior dentre os escritores atuais da Língua Portuguesa - que sabia utilizar como poucos- caracterizada em sua forma, por conteúdos vários, mas únicos e cujo Português castiço era escrito de maneira escorreita em extensos parágrafos.






Adeus, Mestre!
Até Sempre, José Saramago...


Partiste, mas teus escritos aqui permanecerão gravados em tuas obras e nas mentes e almas dos que puderam de ti sorver um pouco de teu Conhecimento. Assim, o que penso tinhas como uma de tuas metas, persistirá e continuará a surtir os efeitos .


Parodiando Alceu Wamosy, poeta gaúcho, escrevo-te:


“levas contigo uma saudade minha. Fica comigo uma saudade tua”.


Ser-te-ei para sempre grata por tudo o que me ensinaste.






Mirna Cavalcanti de Albuquerque Pinto da Cunha










(*)v. a respeito:”Os três últimos desejos de Alexandre, o Grande“:

http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=4052



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