“Somos um pouco deste mundo, um pouco do outro...” Luzia Vaccari
Sentada em frente ao mar, sinto seu perfume trazido pela brisa que me acaricia o rosto e brinca com meus cabelos.
As gaivotas acima planam aproveitando as vespertinas e finais luzes do dia. Não mais mergulham em busca de alimento.
Os pássaros todos, com floreados e diferentes chilreios adejam de árvore em árvore e preparam-se para voltar aos ninhos. Parecem cantar para mim seu último canto deste domingo (não sou egoísta, sei que todos estão ouvindo, mas gosto de pensar que sou a única na platéia que capta e absorve com sensibilidade tanta beleza).
O céu agora apresenta a coloração difusa que antecede o anoitecer.
A igrejinha no alto da ilhota já se encontra iluminada; logo mais, parecerá emergir das águas.
Sinto como é bom viver, viver simplesmente! A vida, em si é um milagre e deve mesmo ser considerada uma dádiva Divina, o mais precioso dos presentes, pelo qual se deve agradecer ao Pai todos os dias.
Mais um dia está a recolher-se para a Eternidade à qual pertence. Foi um dia feliz, com realizações positivas e, principalmente, no qual fiz bem aos meus semelhantes.
Consciência tranqüila, alma serena, sinto-me conectada ao etéreo que em mim existe. Minha fé se fortalece mais e mais com o perpassar dos dias e a forma como os vivo.
Somos muito mais do que ’matéria’. Esta se degrada com o tempo e perece. A alma, no entanto, segue sua eterna, infinita trajetória por dimensões e mundos desconhecidos. Sinto e penso que venha a reintegrar-se ao TODO de onde veio.
Anoiteceu. Permaneço onde estou. A paz inunda-me agora o Ser.
(*) Leiam Mateus 5: 13-16
Mirna Cavalcanti de Albuquerque
Rio de Janeiro, 04 de Dezembro de 2011
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