Eu os recebo a todos com a mente e a alma abertas.

A qualquer dia, a qualquer hora, os que aqui passarem, colham uma flor deste jardim de pensamentos e sentimentos - que é nosso - e sintam que somos todos iguais.

O que nos pode diferenciar, são nossas almas e ações.
Portanto. caminhemos sempre em direção à LUZ por toda a vida. Façamos, se possível, amizades e tentemos ser solidários.

A Nação Brasileira necessita, entre muitos, de educação, saúde, trabalho e respeito aos Valores e Princípios que a dignificam.

Fundamental, outrossim, é o respeito às Leis Justas e a luta pacífica pelo Justiça Social verdadeira, não a que está sendo incutida nas mentes menos preparadas.

A final, amigos leitores, sintam-se livres para comentar sinceramente sobre o que lerem, para que possamos interagir.

Mirna Cavalcanti de Albuquerque































































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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Santa Maria e a Guerra do Vietnã



INTRODUÇÃO

Considero-me uma pessoa bem informada mas, pelo visto, muito menos do que imaginava. 
Tendo a mim como parâmetro, provavelmente - a não ser os que são médicos, também  desconhecem o narrado corajosamente  pelo médico intensivista Milton Pires.

É verdade que antes de mim, jornalistas ( Políbio Braga, Ricardo Setti), blogueiros (Orlando Tambosi, Rodrigo Constantino) já postaram este artigo – o qual somente hoje li. Posso, portanto, imaginar que muitos dos meus leitores também o desconheciam.

Grande parte do que faço, sob muitos aspectos, pode ser considerado como sendo de 'utilidade pública'. Sinto-me, pois, na obrigação de divulgar este artigo para que mais pessoas venham a ter conhecimento da real gravidade da situação.

Aliás, a SAÚDE no Brasil está um caos que só aumenta com o passar dos anos. Desnecessário discorrer sobre esta triste  situação- esta  do conhecimento da população em geral, vez que TODOS os dias a mídia transmite notícias de falta de atendimento devido, de leitos, de médicos, de remédios e de mortes desnecessárias

O  Estado deve ser instado pelo povo para  realmente respeitar a determinativa Constitucional  (art. 196): "A Saúde é Direito de todos e DEVER do Estado...


Mirna Cavalcanti de Albuquerque                                                                                    Rio de Janeiro, 06 de Fevereiro de 2013



Santa Maria e a Guerra do Vietnã
Milton Pires

Em 1967 a Guerra do Vietnam envolvia um contingente cada vez maior de soldados americanos. A necessidade de atendimento aos feridos graves, entre eles as vítimas de queimadura e intoxicação, demandavam recursos materiais e humanos cada vez mais complexos. Os EUA construíram, na cidade litorânea de Da Nang, um hospital militar com o objetivo de atender suas tropas.


Nesta época não existia propriamente a especialidade hoje conhecida como Terapia Intensiva. Foi com espanto que os médicos militares começaram a atender um número cada vez maior de pacientes vítimas de intoxicação em função do chamado “agente laranja” e outras substâncias químicas utilizadas para desfolhamento de florestas e localização dos esconderijos inimigos. As pessoas apresentavam como quadro clínico uma síndrome que envolvia, entre outros sinais e sintomas, acúmulo de líquidos nos pulmões e diminuição da capacidade de oxigenação do sangue.
Essa nova doença ficou conhecida como “Pulmão de Da Nang” e hoje, nós intensivistas, a chamamos de SARA – Síndrome de Angústia Respiratória do Adulto.

Termino aqui; como em toda situação de guerra, a primeira vítima de Santa Maria, assim como em Da Nang, foi a verdade – jamais esqueçam isto !


Fiz esta breve introdução para dizer que é isto que pode acontecer com os sobreviventes do incêndio de Santa Maria. Mais; gostaria que ficasse muito claro a todos que este tipo de “coisa” não pode ser atendido (numa situação que envolve um número de pacientes tão grandes) com segurança em nenhuma capital brasileira. Isto ocorre porque simplesmente não há unidades de terapia intensiva em número suficiente nem respiradores artificiais para atender tanta gente.
Em meio a tanto desespero não há um só político ou autoridade da saúde com honestidade suficiente para dizer aquilo que escrevi acima. Há pelo menos quatro décadas assistimos gerações e mais gerações de secretários e ministros da saúde insistindo na idéia de medicina comunitária e prevenção.
Pois bem, pergunto agora: o que nós, médicos intensivistas, devemos fazer com as pessoas que sobreviveram ao incêndio de Santa Maria? Encaminhá-las para postos de saúde? Não se constrói um hospital público em Porto Alegre desde 1970! Pelo contrário; vários foram à falência e fecharam!


Que o Brasil inteiro saiba que é MENTIRA a afirmação das autoridades de que Porto Alegre tem leitos de UTI suficientes para atender toda essa gente! A secretaria estadual da saúde pode, se necessário, comprar leitos na rede privada mas mesmo assim é muita sorte haver algum disponível. Com relação aos responsáveis por esta tragédia, deixo aqui a minha opinião – foi o poder público corrupto, negligente e incompetente, quem MATOU todos estes jovens!

É esse tipo de gente que quer entupir o  Brasil com médicos de Cuba e do Paraguai, que manda médicos para o Haiti e que insiste em saúde “comunitária”, que agora aparece na televisão chorando e abraçando os pais das pessoas que morreram.

Milton Pires
Médico Intensivista
Porto Alegre – RS.

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