INTRODUÇÃO
Amigos,
JOSÉ CARLOS BOLOGNESE enviou-me este artigo por e-mail.
Provavelmente grande parte dos brasileiros desconhecem o que aqui
é narrado. Tenho o dever de postá-lo como sempre - e ainda sempre -
na esperança de que algo aconteça e reverta todo o mal ocorrido.
Nada mais certo do que o articulista escreveu. Se o AERUS deixou de
existir, foi por culpa dos governos .
Com o então presidente Collor, iniciou o Ministério da Previdência
Social, a ver nas chamadas Fundações de Seguridade, espécies de
Fundo sempre à sua disposição. Escolhiam seus diretores,
presidentes, e estes, em vez de lutarem pelos direitos dos
participantes, lutavam pelos seus direitos pessoais - e certamente de
vantagens para os que lhes nomeavam. Tratavam aquelas instituições
como se fossem seus bens privados. A rede de conexões foi
aumentando, estendendo seus tentáculos e açambarcando o que lhes
estivesse ao alcance. Leis injustas, determinações desprovidas de
técnica adequada, compras de papéis podres ... de tudo isso os
governos são culpados, sim... e isso resultou que os participantes
deixassem de receber os benefícios aos quais tinham e têm direito,
pois para eles contribuíram no transcorrer de sua vida ativa. TINHAM e
TÊM DIREITO À UMA VIDA DIGNA... lhes foi tirado... os que ainda se
encontram vivos, estão a ver navios...
Esses desgovernados governos todo
s, nem mesmo quando nomeavam interventores, para SANAR algumas
das instituições, quase nunca eram necessários, e a maioria, em vez
de seguir o que a lei à época determinava : tentar sanar as
instituições... cometiam ainda flagrantes falcatruas. Assim, nterventor
substituia interventor... Desnecessário dizer que todos eram de
confiança do governo...
No caso da VARIG, a luta dos ex funcionários da companhia já entrou
para a História do país. Tem sido mais do que vergonhosa a forma
como têm sido tratados... É desumano. É ignóbil. Muitos já faleceram
em decorrência mesmo dos fatos que todos conhecemos. Esquecem-
se os senhores do Poder que VIDAS NÃO SE COMPRAM. DIGNIDADE
NÃO TEM PREÇO.
A VARIG poderia ter sido salva. É história.É verdade. Não tê-lo feito
certamente pesará na consciência de seus algozes, mais dia, menos
dia...
Amigos, jamais deixemos de elevar nossas vozes em protesto . Pode
ser que algum político de peso - algum dia nos ouça.
Mirna Cavalcanti de Albuquerque Pinto da Cunha
Rio de Janeiro, 10 de Julho de 2012
A VARIG
por Ralph J. Hofmann
Durante dez anos minha mãe sofreu de uma doença progressiva, a
miastenia grave. Por quase todo este tempo não havia no Brasil o
remédio que ela precisava tomar para controlar a mesma. Tinha de ser
comprado no exterior.
A cada poucos meses
ela, minha irmã ou eu, íamos ao seu medico pegávamos uma receita.
Depois íamos num médico conhecido da
VARIG e este ratificava a receita. Depois nos dirigíamos à Varig,
pagávamos em reais (apenas o custo do remédio) e a Varig levava a
receita para o exterior, obtinha uma receita de médico local que
arquivava as receitas brasileiras para se proteger. Com isto a Varig
comprava os remédios e dentro de alguns dias recebíamos um aviso
para buscarmos a encomenda.
Tudo isto com um sorriso das pessoas que nos atendiam. E não
éramos só nós. Muitas pessoas podiam se valer disto. Bastava
confirmarem a inexistência de similar no país.A VARIG podia ter seus defeitos. Mas realmente estava muito à frente
de seu tempo em termos de relações comunitárias. De alguma maneira
sempre conseguiu cumprir aquilo que oferecia.
Por outro lado na faculdade fui colega de aula de alguns filhos de
comandantes da empresa. Se for possível julgar os pais pelos filhos
alguns podiam ser pitorescos em termos de atitudes, afinal éramos a
geração do FLOWER POWER, da era de Aquarius, Hair os Beatles e
outras inovações, mas quase todos eram muito inteligentes. Ou seja,
como o fruto não cai longe da árvore, podemos presumir que os
critérios de recrutamento e promoção da empresa eram muito eficazes.
E isto numa época em que o processo de RH era bastante primário.
Não resta dúvida de que a Varig foi propositalmente eliminada,
decapitada em função inicialmente de atitudes irreais do Plano
Cruzado e depois de maquinações de amigos de José Dirceu e outros.
Nem mesmo se permitiu que continuasse a existir como empresa
reconhecível, com suas tradições sendo mantidas por uma nova
administração corporativa. Um dos administradores que tentou
recuperar a empresa sentiu-se repetidamente coibido mas acabou
aproveitando a experiência para resgatar a TAP – AIR PORTUGAL.
Também não resta dúvida de que o governo é responsável pelo fato de
ser dizimado o fundo de pensão dos funcionários da empresa. Fundos
de pensão não existem num vácuo. São fiscalizados pelo poder
público. Se um fundo desaparece completamente o poder público não
cumpriu sua tarefa
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Veja o link sobre a luta dos pensionistas da Varig. Mas cuidem para não ranger os dentes demais.Editorial Atila Nunes Mai 12.wmv.